quinta-feira, 29 de agosto de 2013

CLARK GABLE (01/02/1901 - 16/11/1960)

William Clark Gable nasceu em Cadiz, Ohio, em 1 de fevereiro de 1901 e faleceu em Los Angeles, California, em 16 de novembro de 1960. Seu nome é uma das maiores lendas do cinema e em 1999 o prestigioso Instituto Americano do Cinema nomeou-o a sétima maior estrela masculina do cinema de todos os tempos.

Sua carreira e sua história foi muito controversa.

Gable era filho do fazendeiro e perfurador de petróleo William Henry Gable, e de Adeline Hepshelman, descendente de alemães e irlandeses. Na verdade o sobrenome do pai de Clark era Goebel, mas foi anglicizado, nos Estados Unidos, para Gable. Mais tarde o departamento de publicidade da MGM criou a idéia de que Gable era descendente de holandeses e irlandeses, e não de alemães, devido à ascendência do nazismo na época do sucesso de Gable.

Clark era o sobrenome de solteira de sua avó. Com alguns meses de vida, Clark perdeu sua mãe, devido à fragilidade, às condições do parto que a debilitaram, e à epilepsia; há a probabilidade de ela ter falecido de um tumor cerebral. Antes de morrer, a mãe o batizou na religião católica, mas após sua morte, o lado paterno da família não aceitou tal batismo, criando problemas com a família de Adeline, problemas esses que só foram resolvidos quando o pai o mandou para morar com o tio materno, Charles Hershelman, em Vernon, na Pensilvânia.

Até os dois anos, Clark esteve sob cuidados dos tios maternos, e então seu pai o levou de volta para Hopedale, Ohio. O pai casara novamente, em abril de 1903, com a chapeleira Jannie Dunlap, mulher culta e gentil que criou Clark como se fosse seu filho.


Aos 14 anos estava com 1,83 metros e 68 kg, e fazia parte de um time esportivo, além de tocar trompete no colégio. Um de seus amigos, Andy Means, conseguira emprego em uma fábrica de pneus, B. F. Goodrich, em Akron, e Gable resoveu acompanhá-lo, abandonando os estudos aos 16 anos. Em Akron, assistiu à peça "The Bird of Paradise", e decidiu que queria ser ator; conseguiu um pequeno trabalho, à noite, na companhia teatral, como "moço de recados". Após um ano, sua madrasta morreu e Clark, acompanhado do pai, foi a contragosto para os campos petrolíferos de Tulsa. Chegou a trabalhar com petróleo, e como domador de cavalos, mas não deixou de lado sua ideia de se tornar ator. Aos 21 anos, herdou do avô 300 dólares, e abandonou os negócios do pai, indo para Kansas City. O pai, frustrado, chegou a ficar 10 anos sem falar com Clark.

Em Kansas City, Clark se filiou a uma companhia de teatro ambulante, a Jewell Players, que acabou se dissolvendo após 2 meses; então, partiu para o Oregon, e no caminho chegou a ser vendedor de gravatas numa loja de departamentos, Meier & Frank. Um colega da loja, Earle Larrimore, estava para se juntar a um pequeno grêmio teatral de partida para Astoria, e Gable os acompanhou. Uma das integrantes do grupo, a atriz Franz Dorfler, apaixonou-se por ele, e chegaram a ficar noivos, não chegando a casar.

Em Portland, no Oregon, Gable trabalhou para um jornal e para a companhia telefônica, enquanto tomava lições de canto. Filiou-se a outro grupo de teatro, dirigido pela ex-atriz Josephine Dillon, 14 anos mais velha que ele, mas que o influenciaria muito. Josephine ensinou-lhe postura, entonação, representação, pagou para arrumar seus dentes e seu estilo de cabelo, preparando-o para a carreira cinematográfica.

Em 1924, quando Josephine Dillon foi para Hollywood, Gable a seguiu, e em 13 de dezembro daquele ano, estavam casados. Ele trocou seu nome, na época, de W. C. Gable para Clark Gable".
Com a influência de Josephine, conseguiu participação como figurante em diversos filmes.
Entre 1927 e 1928, Gable atuou com a Laskin Brothers Stock Company, em Houston, onde fez diversos papéis, ganhando considerável experiência e se tornando um ídolo local. Gable, então, foi para Nova Iorque, e conseguiu trabalho na Broadway. O Morning Telegraph considerou: "He's young, vigorous and brutally masculine". Em 1930, após uma impressionante atuação como Killer Mears na peça The Last Mile, bancada por sua esposa, em Los Angeles, Gable teve ótima recepção da crítica, o que lhe angariou vários testes para o cinema. Um desses testes ficou famoso, quando Darryl F. Zanuck o testou para o papel de "Little Caesar" ("Alma de Lodo"), de 1931, e o rejeitou, alegando: "Não serve pra o Cinema. As orelhas são grandes e se parece com um macaco".

A agente Minna Wallis, irmã de Hal Wallis, viu o teste e ficou impressionada, levando-o para a Pathé, onde seu primeiro papel em um filme sonoro foi o de vilão no western de William Boyd denominadoThe Painted Desert ("O Deserto Pintado"), em 1931. Ele recebeu, na época, diversas cartas de fãs, como resultado de sua voz e atuação. Gable despertou o interesse da MGM, que resolveu confiar a ele um papel em The Easiest Way ("Tentação do Luxo"), em 1931, ao lado de Constance Bennett, Robert Montgomery e Anita Page. Seu nome, porém, era o último do elenco.

Seu sucesso fez com que a MGM renovasse seu contrato por 2 anos.
Com o tempo Gable se firmou como um novo tipo de galã, movido menos pelo romantismo e mais pelo cinismo, domínio e sex-appeal agressivo, características mais compatíveis com o período de violência e agitação da Grande Depressão.

Apesar do sucesso, Gable tinha uma vida desregrada e sérios problemas com alcoolismo. Teve vários casamentos e amantes, e diversas vezes foi acusado em muitos desses relacionamentos de usá-los como trampolim para sua carreira.

Embora seja fato que ele tenha sido um homem de muitas mulheres, amantes e esposas, também há quem afirme que sua sexualidade na verdade era duvidosa e que no inicio de sua carreira relacionou-se também com vários homens em troca de oportunidades na carreira artística, ao mesmo tempo que afirma-se também que algumas das mulheres que ele se relacionou na verdade seriam lésbicas a quem ele servia de fachada. À medida, porém, que ia se estabelecendo e ganhando importância como ator, já não se fazia necessário prestar esses favores sexuais e cada vez mais sua natureza rebelde e trangressiva ia se revelando.

CENA DE "ACONTECEU NAQUELA NOITE"
Devido às suas insubordinações e tentativas de escolher papéis, Gable foi cedido, como "castigo", para a então modesta Columbia, para o papel do repórter Peter Wayne no premiado "It Happened One Night" [Aconteceu Naquela Noite], de Frank Capra, o qual lhe valeu o Oscar de ator.

CLARK GABLE E VIVIEN LEIGH EM "...E O VENTO LEVOU"
Apesar de sua relutância em fazer o papel de Rhett Butler em "Gone With the Wind" ("… E o Vento Levou"), em 1939, Gable ficou mais conhecido por esse papel, valendo-lhe nova indicação ao Oscar e escrevendo definitivamente seu nome nos anais históricos do cinema. Durante as gravações desse filme dizem que seu temperamento agressivo e arrogante e seu vício pelo álcool causou muitas brigas e transtornos, principalmente com e a atriz Vivien Leigh, que reclamava sempre do gosto e cheiro de bebida que tinha que suportar nas cenas de beijo. Por causa desse comportamento, apesar do fenomenal sucesso de "E o Vento Levou, esse foi não só o maior, mas também o último grande papel da sua carreira.

Durante a Segunda Guerra Mundial Gable serviu como voluntário na Europa. Adolf Hitler tinha Gable como seu ator preferido e, ao saber de sua presença no front, ofereceu uma recompensa para a sua captura. Após sua volta, recebeu a Cruz de Distinção em Voo, e a Medalha do Ar, por "feitos excepcionalmente meritórios em cinco diferentes missões de combate em bombardeiros". Em 1944, foi promovido a major e desmobilizado.


Após voltar da guerra continuou fazendo filmes para a MGM, e seu primeiro filme, então, foi '"Adventure" ("Aventura"), em 1945, que não fez muito sucesso, iniciando o período de declínio de sua carreira. Seus últimos filmes para a companhia foram Mogambo ("Mogambo") e Betrayed ("Atraiçoado").

 Em 1955, foi contratado pela 20th Century-Fox, fazendo dois filmes, "O Aventureiro de Hong-Kong" e "Nas Garras da Ambição". Posteriormente, experimentou produzir seus próprios filmes, mas não teve sucesso e desistiu, assinando contrato com a Warner Bros, e depois com a Paramount. O último filme de Gable foi The Misfits ("Os Desajustados"), em 1960, escrito por Arthur Miller, dirigido por John Huston, e co-estrelado por Marilyn Monroe, Eli Wallach, e Montgomery Clift. Este é, também, o último filme de Monroe.

Ao longo de sua carreira de 30 anos, Gable fez 67 filmes, isso excluídas as figurações em alguns filmes da época do cinema mudo.



AS MULHERES E FILHOS DE GABLE
AS CINCO ESPOSAS DE CLARK GABLE, NA ORDEM: JOSEPHINE, RHEA, CAROLE, SILVIA E KATHLEEN



Franz Dorfler
Foi noivo da atriz Franz Dorfler, mas não chegaram a casar.

Josephine Dillon
Loretta Young
Sua 1ª esposa foi Josephine Dillon, atriz, 14 anos mais velha que ele, de quem se divorciou em 1930.

A 2ª epsosa foi Rhea Franklin Prentiss Lucas Langham, uma rica socialite do Texas, 17 anos mais velha do que ele, com quem casou-se em 30 de março de 1930, mas em junho de 1931 casaram-se novamente, na Califórnia, provavelmente devido às dúvidas pela diferença de leis entre os estados. Divorciaram-se em 1939.

Em 1935, Gable envolveu-se com a atriz Loretta Young, com quem teve um caso extraconjugal que resultou no nascimento de uma filha ilegítima, Judy Lewis. Na época, Loretta relatava ter adotado a menina, com alguns meses de idade. 

CLARK GABLE E CAROLE LOMBARD
Apenas um mês depois de seu último divórcio, Gable casou-se com sua 3ª esposa, a atriz Carole Lombard, em março de 1939. No período da Segunda Guerra Mundial, Gable foi nomeado pelo Presidente Franklin Delano Roosevelt como Presidente do Comitê de Hollywood para a Vitória, e Carole foi incluída na primeira viagem pelo esforço de guerra, com a finalidade de vender Bônus de Guerra. Em janeiro de 1942, o avião em que Carole e sua mãe estavam caiu, a cinquenta quilômetros a sudoeste de Las Vegas, Nevada, matando todos a bordo, tendo sido este talvez o fato que motivou Gable a se alistar e servir como voluntário na guerra.

Joan Crawford
Paulette Goddard
Após o terceiro divórcio de Joan Crawford, ela e Gable tiveram um breve relacionamento. Depois, houve ainda um breve romance com Paulette Goddard, e em 1949, casou-se com Silvia Ashley, sua 4ª esposa, que era viúva de Douglas Fairbanks e Baronesa de Alderly. O casamento teve curta duração e eles se divorciaram em 1952.

Em julho de 1955, casou-se com uma antiga namorada, Kathleen Williams Spreckles, sua 5ª e última esposa, 15 anos mais nova, tornando-se padrasto de seus dois filhos, Joan e Adolph Spreckels III.

Em 16 de novembro de 1959, Judy Lewis, sua filha com Loretta Young, deu à luz Maria, a primeira neta de Gable, e em 1960, sua esposa descobriu que estava esperando o primeiro filho do casal. Mas Gable não viveria para ver o nascimento de seu primeiro e único filho legítimo, John Clark Gable, nascido em 20 de março de 1961. Ele faleceu alguns meses antes em 16 de novembro de 1960, vítima de um enfarte do miocárdio.

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